Por Paulo Stekel
Tipos de
mediunidade
Na segunda metade do
Séc. XX, a mediunidade Ocidental se desenvolveu em duas vias
diferentes.
Um tipo envolve
psíquicos ou sensitivos que falam com espíritos e depois
retransmitem o que ouvem a seus clientes. Chamo isso de "canalização
por proximidade" ou, como se diz popularmente no Brasil, o
"encostar" da entidade, sem se manifestar completamente.
A outra forma de
mediunidade não-física é uma forma de canalização em que o
canalizador entra em transe, ou "deixa o corpo", permitindo
que uma entidade espiritual tome de empréstimo o seu corpo, que
então fala através dele. Quando em transe o médium/canalizador
parece estar sob o controle do espírito de uma alma que partiu, às
vezes entrando em um estado cataléptico, embora os canalizadores
modernos não entrem neste estado, necessariamente. Alguns
canalizadores abrem os olhos quando canalizam, e continuam a ser
capazes de andar e de se comportar normalmente. O ritmo e a entonação
da voz também pode mudar completamente.
À medida que o
tempo passa, a Canalização tem se tornado um fenômeno mais leve,
enquanto a qualidade da informação se torna mais clara e conectada
aos conhecimentos da Ciência Moderna. Há, inclusive, muitas
canalizações que versam sobre conhecimentos científicos e
tecnológicos, com dados ainda não-confirmáveis pelos nosso
cientistas.
Um canalizador bem
conhecido desta variedade é J. Z. Knight, que afirma canalizar o
espírito de Ramtha, um homem de 30 mil anos de idade. Outros dizem
canalizar espíritos de "futuras dimensões", mestres
ascensos, ou, no caso dos médiuns em transe da Brahma Kumaris, Deus.
Outros canais notáveis são Jane Roberts (canal de "Seth"),
Esther Hicks (canal de "Abraão") e Carla L. Rueckert
(canal de "Ra").
Canalizações
modernas
Ainda que o que
chamamos de Canalização exista há milhares de anos, provavelmente,
devido à evolução da humanidade, o fenômeno foi sofrendo
modificações e adaptações. A lista abaixo apresenta alguns
exemplos do que podemos chamar de "canalizações modernas",
ocorridas em várias doutrinas diferentes (cristã, mórmon, nova
era, magia, etc.):
1828-1844 Livro
dos Mandamentos (chamado "Doutrina e Convênios" nas
edições mais antigas), por Joseph Smith Jr.
1880-1881 -
Bíblia Oahspe, através de escrita automática, por John Ballou
Newbrough
1900 em diante -
A Tradição Cósmica de Max Theon e Alma Theon
1904 - Livro da
Lei, por Aleister Crowley
1913-1918 - Em
Direção à Luz, por Johanne Agerskov e publicado por Michael
Agerskov
1952-1978 -
Ashtar (um ser extraterrestre), por George Van Tassel
1953-1971 - Deus,
por Eileen Caddy
1963-1984 - Seth,
por Jane Roberts
1965-1972 - A
Course In Miracles [Um Curso em Milagres], ditado por Jesus, por
Helen Schucman (com a assistência de William Thetford)
1973–presente -
Os Ensinamentos de Miguel, por Chelsea Quinn Yarbro
1977–presente -
Ramtha, por JZ Knight
1981-1984 - Ra,
por Carla Rueckert
1988–presente -
Abraham, por Esther Hicks
1989–presente -
Kryon, por Lee Carroll
1991-2005 - Deus,
por Neale Donald Walsch
1992-presente -
Arten e Pursah, por Gary Renard
1997–presente -
Tobias, por Geoffrey Hoppe
No Brasil, a extinta
Revista Amaluz (década de 1990 até o ano 2000), ajudou a
divulgar a Canalização, pois muitos dos canalizadores dos EUA
apareceram nela. Alguns brasileiros, também. Ali, era possível se
ler canalizações de entidades como Bashar, Luz Pleiadiana, Tsade
Diesté, Gaia, Os Nove Senhores do Tempo, P'taah, Sananda, Assembleia
de Luz, Kuthumi, Salem, Germane, O que fala muitas Verdades, Obehon,
etc.
Nesta época, mais
especificamente por volta de 1995, também comecei a tornar públicas
algumas das canalizações minhas através de meu mentor principal,
Danea Tage, além de alguns outros. Depois de cerca de 20 anos
ministrando o Curso de Canalização, muita gente já conhece o
assunto no Brasil, e ele já não causa mais tanta estranheza como
antes. Digo isso, porque Canalização é um fenômeno que se
processa fora das casas espíritas convencionais, onde a mediunidade
é entendida como algo que não se pode praticar fora. Canalização
não funciona assim! Qualquer pessoa pode canalizar, se estiver
preparada, mesmo que não seja em um centro espírita. Devemos
entender estas diferenças e respeitá-las. Os canalizadores dos EUA,
em geral, canalizam para grandes públicos ou mesmo em atendimentos
particulares. É o processo que utilizo há anos.
Mediunidade como
forma de Canalização
Na Revista Amaluz
(nºs 119 e 120), no artigo “Salvo pela Luz”, de Dannion Brinkley
e Paul Perry, (nº 119, pág. 127 e nº 120, pág. 30), aparece uma
das primeiras definições do que é Canalização em Português, bem
como uma diferenciação clara entre Canalização e Mediunidade:
“Neste século,
a canalização passou por grande transformação. (...) A
canalização não exige necessariamente que o canal entre em estado
de transe, voltando sem nenhuma lembrança ou responsabilidade sobre
o que vem através dele. (...) O termo "mediunidade" é
frequentemente usado em lugar de "canalização".
Mediunidade é um termo mais antigo e canalização vem sendo usado
principalmente desde a década de sessenta. Ambos significam
sintonizar finamente em um mostrador (dial) específico no espectro
eletromagnético (semelhante a um rádio), que permite a conexão com
outras partes de nós mesmos, com a Fonte e com outras entidades.
Pode-se ser ou um médium ou um canal; algumas pessoas são ambos.
Tanto a
mediunidade quanto a canalização são co-criações, embora existam
diferenças entre elas. Gosto desta explicação, e a compartilho
aqui com vocês com a permissão de um de meus instrutores, Shawn
Randall, canalizando Torah: ‘Canalização é quando se está
fornecendo um serviço de aconselhamento, ensinamento ou cura, para
si mesmos e para os outros. Mediunização é prestar um serviço
para entidades espirituais que têm suas agendas (intenções)
específicas.’
A canalização
permite que nos abramos para conectar com nosso próprio Eu Superior
(nossa própria essência) e com a Fonte. Ela permite que uma amorosa
entidade se expresse através de nós. O foco dessa entidade é
compartilhar a sabedoria, o conhecimento, a ajuda através de
conselhos, a cura, o auto-poder e outras formas de criatividade que
beneficiam o canal e também a humanidade como um todo. Os canais
também são abastecidos de informações por um mentor,
telepaticamente, sem estar completamente em transe. Canalizar é
compartilhar energias, uma criação de novas energias, e um processo
reflexivo, no qual o canal, o auditório, e até o ser que está
sendo canalizado, estão recebendo muito desse processo.
Mediunidade
é a forma de canalização que permite que nos comuniquemos,
ou que canalizemos diretamente, energias astrais que desejam
comunicar mensagens para membros da família ou que desejam ou pedem
ajuda para se transformar e fazer a transição de uma dimensão para
outra, ajudando em seu crescimento. Esses espíritos têm suas
próprias agendas. A mediunidade ao longo dessas linhas é uma
prática muito específica e às vezes exige que se trabalhe com
outros médiuns a fim de realizar a tarefa.
Seja canalização
ou mediunidade, a energia atrai energia semelhante. Assim, seja qual
for nosso sistema de crenças, focos ou agendas escondidas ou
abertas, é isso que atrairemos em nossa prática.”
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