Por Paulo
Stekel
AVISO: ESTE ARTIGO TEM PROPÓSITO INFORMATIVO E EDUCACIONAL.
NÃO INCENTIVAMOS, RECOMENDAMOS OU GLORIFICAMOS O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICODÉLICAS OU QUALQUER TIPO DE DROGA. ALÉM DE SEREM PROIBIDAS E ILEGAIS EM DIVERSOS PAÍSES, O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS PODE DESENCADEAR SURTOS PSICÓTICOS, ESQUIZOFRENIA E OUTROS DISTÚRBIOS MENTAIS COM CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS E IRREVERSÍVEIS. AS PESSOAS, BEM COMO SUAS OPINIÕES E RELATOS APRESENTADOS NO VÍDEO "DMT - Experimentando o Impossível", QUE INTEGRA ESTE ARTIGO, NÃO CORRESPONDEM DIRETAMENTE ÀS OPINIÕES E VALORES QUE COMPARTILHAMOS. NÃO USE DROGAS!
NÃO INCENTIVAMOS, RECOMENDAMOS OU GLORIFICAMOS O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICODÉLICAS OU QUALQUER TIPO DE DROGA. ALÉM DE SEREM PROIBIDAS E ILEGAIS EM DIVERSOS PAÍSES, O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS PODE DESENCADEAR SURTOS PSICÓTICOS, ESQUIZOFRENIA E OUTROS DISTÚRBIOS MENTAIS COM CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS E IRREVERSÍVEIS. AS PESSOAS, BEM COMO SUAS OPINIÕES E RELATOS APRESENTADOS NO VÍDEO "DMT - Experimentando o Impossível", QUE INTEGRA ESTE ARTIGO, NÃO CORRESPONDEM DIRETAMENTE ÀS OPINIÕES E VALORES QUE COMPARTILHAMOS. NÃO USE DROGAS!
A
polêmica sobre o uso de drogas e enteógenos (como DMT, ayahuasca,
etc) e sua associação com meditação e técnicas não duais. O
objetivo deste artigo não é ser conclusivo, mas ser um texto
introdutório, visando contribuir para um debate mais focado em
informações e esclarecimentos que em paixões de ambos os lados.
A polêmica do uso de drogas e, em especial, os chamados “enteógenos”
em processos espirituais e até meditativos, parece crescer a cada
dia. Exatamente por isso, resolvemos escrever este artigo, para
contribuir de alguma forma no sentido da elucidação da questão,
que parece muito longe de um final.
Comecemos definindo “drogas”, “alucinógenos” ou
“psicodélicos” e “enteógenos”.
Drogas
Conforme
o https://www.google.com/search?q=Dicion%C3%A1rio
(Dicionário do Google) e o https://www.dicio.com.br/droga/
(Dicionário Online de Português) e
https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga
(Wikipedia), que qualquer pessoa pode acessar, “droga” pode ser
(incluímos apenas as definições necessárias para o escopo deste
artigo):
(1) qualquer
substância ou ingrediente usado em farmácia, tinturaria,
laboratórios químicos etc. Ex: "drogas farmacêuticas".
(2) qualquer produto
alucinógeno (ácido lisérgico, heroína etc.) que leve à
dependência química e, por extensão, qualquer substância ou
produto tóxico (fumo, álcool etc.) de uso excessivo; entorpecente.
Substância que
causa alucinações (morfina, cocaína etc.) e pode levar à
dependência física ou psicológica; narcótico, entorpecente:
tráfico de drogas.
Origem ETIM. fr. drogue
'ingrediente de tintura ou de substância química e farmacêutica,
remédio, produto farmacêutico'.
Alucinógenos e
Psicodélicos
Conforme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga_alucin%C3%B3gena,
“o alucinógeno, droga psicodélica, droga alucinógena ou droga
alucinogênica é, literalmente, uma substância capaz de provocar
alucinações. A classificação mais consensualmente aceita para tal
classe de substâncias psicoativas foi proposta por Jean Delay, que
as classifica como dislépticas (modificadoras), em oposição às
analépticas (estimulantes) e lépticas (depressores). São
considerados efeitos específicos dessa classe de substâncias
alterar os sentidos, a percepção, a concentração, os pensamentos
e a consciência.
O inventário de
plantas (e elementos ativos) com propriedades alucinógenas proposto
por Hofmann (apud Fontana) inclui:
Lophophora
williamsii (mescalina), da América do Norte e Central;
Rivea corymbosa
(Ergina), do México e América Central);
Amanita muscaria
(Muscimol, ácido ibotênico), da Europa, Irã e Ásia;
Psilocybe
mexicana (Psilocina, Psilocibina), do México e América do Norte
e Central;
Psilocybe
cubensis (Psilocina, Psilocibina), das Américas;
Peganum harmala
(harmina), da Ásia e América do Sul;
Banisteria caapi
(Harmina, Harmalina), da Amazônia: componente da ayahuasca
sul-americana;
Piptadenia
peregrina (Anadenanthera peregrina e Anadenanthera
colubrina (Dimetiltriptamina), do Rio Orinoco, na América do
Sul.
Esta lista
originalmente incluía a Cannabis sativa (haxixe) da Ásia:
contudo, existe grande controvérsia sobre tal classificação, assim
como também é controversa a inclusão da muscarina – substância
derivada do cogumelo Amanita muscaria.
Quanto à ampliação
dessa classificação, nesse grupo deve-se acrescentar um conjunto de
outras plantas que contêm a N,N-Dimetiltriptamina, a saber:
Psychotria viridis (Chacrona, Chacruna), utilizada em
combinação com a B. caapi por diversos grupos indígenas da
Amazônia; a Virola calophylla (V. theidora, V. rufula, V.
colophylla); o Epena, também da Amazônia; a Jurema
(Mimosa hostilis ou M. nigra), do nordeste brasileiro;
sapos do gênero Bufos (Bufo alvarius; Bufo marinus
ou Cururu) que contenham a bufotenina em suas secreções: a
bufotenina corresponde a uma variação molecular da
dimetiltriptamina. (…)
As drogas
alucinógenas, como referido, são assim chamadas por um de seus
possíveis e mais relatados efeitos, que é a propriedade de causar
alucinações (falsas percepções) e visões irreais ou
oníricas aos seus utilizadores. Outros nomes propostos também estão
associados a efeitos atribuídos e relatados, tais como:
Psicotomiméticos e Psicotogênicos, por induzir
efeitos semelhantes à psicose (mais especificamente as alucinoses e
alucinações); Psicodélicos, por sua propriedade de fazer
aparecer ou revelar a psique oculta; Enteógenos pelo
reconhecimento antropológico de que tal classe de substâncias é
frequentemente utilizado nas mais diversas culturas em rituais
religiosos.”
Enteógenos
Conforme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ente%C3%B3geno:
“Enteógeno (também chamado enteogênico (português
brasileiro) ou enteogénico (português europeu)) é uma
substância alteradora da consciência que induz ao estado xamânico
ou de êxtase. É um neologismo que vem do grego, tendo sido proposto
em 1973 por investigadores, dentre os quais se pode citar Gordon
Wasson (1898-1986). Segundo Roberts, foi incluído no Dicionário
Oxford de Inglês na lista de novas palavras desde setembro de 2007,
significando uma substância química, normalmente de origem vegetal,
que é ingerida para produzir um estado de consciência não
ordinária para fins religiosos ou espirituais.
A palavra
"enteógeno", que significa, literalmente, "manifestação
interior do divino", deriva duma palavra grega obsoleta da mesma
raiz da palavra "entusiasmo", e se refere à comunhão
religiosa sob efeito de substâncias visionárias, ataques de
profecia e paixão erótica. Este termo foi proposto como uma forma
elegante de nomear estas substâncias, sem tachar pejorativamente
costumes de outras culturas.
O uso de plantas (ou
fungos) para alteração da consciência e percepção é uma
realidade mundial e milenar. Até mesmo animais usam plantas com
atividade psicotrópica, como é o caso de javalis e primatas que
cavam para conseguir as raízes do poderoso Tabernanthe iboga.
Substâncias atuais do nosso cotidiano, como vinho e tabaco, eram,
originalmente, ligadas a cultos religiosos. Os sacerdotes védicos da
Antiga Índia utilizavam o soma, uma bebida alucinógena, para entrar
em contato com o Reino Celestial. Os druidas, sacerdotes celtas,
tomavam uma poção que lhes dava força e coragem. O rei Salomão
tinha conhecimento de enteógenos. A partir dos anos 1960, os livros
de Carlos Castaneda popularizaram o uso de enteógenos. Entre as
plantas, alguns dos enteógenos mais conhecidos são ayahuasca,
jurema, Cannabis, Yopo, Peiote e Ololiuqui. Entre os fungos,
Psilocybe e Amanita.
Quando são plantas,
os enteógenos também são chamados de plantas mestres, plantas
professoras, plantas de conhecimento, plantas de poder e plantas
sagradas. Ver uma lista mais completa de enteógenos:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ente%C3%B3genos
Efeitos da DMT
(dimetiltriptamina)
Conforme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dimetiltriptamina,
“a dimetiltriptamina (N,N-dimetiltriptamina, onde:
N,N-dimetil-1H-indolo-3-etanamina), cuja abreviatura é DMT, é uma
substância psicodélica (grupo de agentes químicos também
denominados como psicodislépticos), termo proposto por J. Delay
(traduzido como modificadores ou perturbadores do sistema nervoso
central) pertencente ao grupo das triptaminas, semelhante à
serotonina e/ou à melatonina como sugerem alguns estudos, em
especial, do Dr. Rick Strassman na Universidade do Novo México, em
1990.
É encontrada in
natura em vários gêneros de plantas (Acacia, Mimosa,
Anadenanthera, Chrysanthemum, Psychotria, Desmanthus, Pilocarpus,
Virola, Prestonia, Diplopterys, Arundo, Phalaris, dentre outros),
em alguns animais (Bufo alvarius possui 5-Meo-DMT, um
alcalóide bastante parecido em estrutura e em propriedades químicas)
e também produzida pelo corpo humano.
É o princípio
ativo da mistura da ayahuasca, utilizada nos rituais do Santo
Daime e do vinho de Jurema e é bem conhecida por índios brasileiros
e da América do Sul em geral. Sua propriedade psicodélica tem
efeito curto e intenso quando fumada em forma de base livre. Na
mistura da ayahuasca e, talvez, de algumas formas de preparação da
jurema, onde a concentração do elemento ativo é relativamente bem
menor que forma de extrato de DMT, seu efeito é menos intenso e mais
duradouro e torna-se ativo oralmente por conta de um IMAO (inibidor
da monoaminoxidase) que também pode ser encontrado in natura em
diversas plantas.(Banisteriopsis, Peganum).
O DMT é sintetizado
pelo corpo humano. Não existem ainda respostas conclusivas sobre as
funções deste DMT interno, tão pouco sobre o órgão responsável
por esta produção - função especuladamente dada à epífise
neural, conhecida como glândula pineal, mas há, no meio
científico, uma série de apontamentos e teorias. Sabe-se que as
quantidades de DMT produzidas no cérebro são reguladas pela MAO
(monoaminoxidase) e este processo é coadjuvante nos estados
alterados de percepção e consciência criados pelo consumo (oral,
intravenal ou por vias aéreas) de DMT externo.
A polêmica
Pois bem, após toda
esta introdução conceitual, para facilitar a compreensão de termos
comuns, mas geralmente pouco entendidos, vamos ao cerne da questão.
Alguns praticantes
de meditação – tanto a gradual quanto a súbita ou não dual –
propõem que o uso de certas substâncias como o DMT, por pessoas que
praticam meditação, pode favorecer o acesso a níveis mais elevados
de consciência. Dizem isso, pela semelhança dos efeitos do uso de
DMT (e drogas semelhantes) como descritos por usuários, com os
efeitos de certos tipos de meditação. Esquecem, contudo, dos
possíveis riscos do uso de certas substâncias por pessoas com
tendência a sofrimentos psíquicos como depressão, psicoses, e
doenças como esquizofrenia, parafrenia, Transtorno Maníaco
Depressivo (Bipolaridade), etc.
Parece ponto
pacífico, pelo menos, que o uso de DMT e outras substâncias, não
conduz à iluminação, mas alguns pensam que podem conduzir a
estados mais elevados de consciência do tipo “iluminação menor”,
como numa escada. Mesmo isso é contestado pelos mestres não duais
do Advaita Vedanta e mesmo do Budismo.
Mas, para vocês
terem uma noção dos efeitos do uso do DMT, por exemplo, sugerimos
agora que assistam o vídeo abaixo, e depois retornem à leitura
deste artigo (legendado em Português):
A descrição do
vídeo em questão traz o seguinte parágrafo: “Existe uma
grande discussão em torno dos psicodélicos, questionando se as
‘trips’ são alucinações ou outros planos de existência
acessados através da Dimetiltriptamina. Um dos
ganchos dos que defendem a segunda opção, são as similaridades
absurdas entre os relatos.”
A questão pode ser
dividida em várias perguntas:
1) As viagens com
psicodélicos/enteógenos são alucinações ou não?
2) Se não são
alucinações, são o que? São outros planos de existência ou
apenas aspectos profundos da mente-corpo?
3) Se são aspectos
profundos da mente-corpo (o complexo DEVE incluir ambos em uma pessoa
viva!), tais substâncias podem conduzir a um estado mais elevado e,
quiçá, até um Despertar Completo ou uma espécie de “iluminação”?
4) Se tais
substâncias levam à percepção de outros planos de existência,
são dimensões ou universos paralelos ou apenas aspectos dentro do
continuum mental?
5) Em nível não
dual último, estas substâncias realmente levam a algo novo e
relevante ou apenas exacerbam a noção de eu identitário,
autorreferente e ilusório, além de, possivelmente, potencializar
tendências de dissociação extrema, como esquizofrenia, etc?
Responder a estas
questões é importante para uma abordagem segura do uso destas
substâncias do ponto de vista espiritual. Porém, para que sejam
devidamente respondidas, é necessário o conhecimento advindo de
várias formas de entendimento, como aquelas fornecidas pela
psicologia, neuropsicologia, psiquiatria, farmacologia,
neurociências, ciência contemplativa (meditação), filosofia e as
tradições espirituais contemplativas. Ninguém pode pretender ter o
conhecimento definitivo e completo de um assunto tão complexo e que
divide opiniões de modo tão acirrado.
Exatamente por isso,
os argumentos que usaremos em seguida apenas sugerem reflexões sobre
o tema, sem a pretensão de ser conclusivos.
Estados de
Consciência e os Psicodélicos
As experiências com
DMT parecem estar muito próximas das descrições do bardo como
descritos no Budismo Vajrayana e das descrições da física quântica
sobre a realidade, como se pôde perceber no vídeo que sugerimos um
pouco acima. Tais semelhanças não só são incríveis, como devem
ser uma chave de compreensão que merece ser analisada. Ela envolve a
percepção neural e, no caso do bardo, talvez envolva aspectos da
mente que não dependem de neurônios.
Do ponto de vista
não dual, as experiências com DMT ou outras substâncias
semelhantes são ambas as coisas: experiências neurais e expressão
energética do espaço. Não se pode negar os neurônios, suas
sinapses, a interferência de substâncias psicoativas sobre os
neurônios e a chuva neural que ocorre. A mente se expressa TAMBÉM
pela chuva neuronal, mas a mente não é APENAS isso. Quando se
morre, os neurônios se dissolvem, pois o corpo morre. Mas, a mente
subsiste como um fluxo, um continuum, e é este continuum
que é acessado em ALGUM grau por quem usa certas drogas, como DMT.
Mas, num nível mais profundo de não-dualidade, é possível acessar
a fonte do continuum que independe de um corpo e, portanto,
não é um eu autorreferente. DMT mexe em todos os "botões"
do complexo neural e o bagunça, de certa forma. Mexe com uma
aparelhagem que não se conhece direito e causa muitos efeitos que
misturam alucinação com percepção não dual legítima. Os “seres”
encontrados sob efeito de DMT, descritos no vídeo, provavelmente são
aspectos não duais do eu autorreferente, ou melhor, o aspecto não
autorreferente do eu. O aspecto autorreferente é o “eu
psicológico”; o não referente é a mente primordial se
comunicando com o eu autorreferente.
Neurônios,
sinapses, etc, são sim, categorias conceituais, porém baseadas em
observação. Não são categorias filosóficas, mas visuais. Não é
a mesma coisa. Quando os não dualistas falam da não
substancialidade das coisas, do eu, de tudo, o falam em sentido
filosófico, não em sentido científico, e é importante fazer esta
distinção. Além disso, o não dualismo não nega as coisas como se
nos apresentam. Apenas contesta que o que vemos é tudo o que há e
que o modo como vemos é o como tudo é.
Na verdade, ao falar
em neurônios, sinapses, DMT, drogas, etc, não estamos,
necessariamente, reforçando algo inerentemente existente, mas
utilizando nossa capacidade mental de relativizar diante do abismo do
absoluto que nos circunda. É uma estratégia da mente não dual
original, mas é válida para um observador válido, ainda que este
observador seja relativo e não absolutamente existente ou
inerentemente existente. Temos que aprender a usar os termos não
duais não de modo clichê, mas realmente entendendo o que querem
dizer epistemologica e ontologicamente aqueles que os utilizaram pela
primeira vez. Sem isso, corremos o sério risco de REALMENTE não
estarmos falando o mesmo que eles, por não estarmos usando os termos
no SENTIDO em que eles os utilizaram. E, como as palavras não podem
ser, simplesmentes, jogadas para o alto e, do jeito que caírem,
produzir um sentido que nos satisfaça…
Ficam sérias
dúvidas sobre se o uso de substâncias que excitam os neurônios nos
apresentariam a Totalidade. Talvez não seja isso, mas simplesmente
uma forma de alucinação da mente através da excitação neuronal.
A ideia de interconexão pode surgir nesta experiência, mas não é
a mesma coisa experimentada pelo Dzogchen ou mesmo pela meditação
gradual. Quando se medita, se chega num nível em que NATURALMENTE o
cérebro faz jorrar o DMT que ele produz e dá as mesmas alucinações,
de modo mais controlado. O Buda de certa forma percebeu isso quando
colocou como um dos 5 preceitos para leigos o não uso destas
substâncias. Ele disse, sabendo do caráter alucinatório das visões
em meditação, para que fôssemos adiante, não parando na meditação
destas visões. Então, ele entendia que isso era apenas mais uma
forma de ilusão da mente, e não uma iluminação. É apenas uma
forma de samadhi de baixa qualidade que deve ser transcendido.
Mas, chegar ali não pelo DMT naturalmente produzido pelo cérebro
(talvez na pineal), mas por uma dose maior vinda de uma substância,
é bastante arriscado, porque temos que considerar os riscos médicos
envolvidos, especialmente nos casos de pessoas com tendências a
transtornos mentais, como esquizofrenia e psicoses.
Para encerrar o que,
na verdade, é apenas o início de um debate ocorrendo em muitos
lugares, não estamos contestando que o uso de certas substâncias
possa ajudar certas pessoas a acessar aspectos profundos de suas
mentes. Contudo, o que nos importa mais é a saúde delas, pois não
estão claros os limites entre a alucinação e a percepção
ampliada, entre a dose certa e a psicotizante, entre a realidade
ainda que convencional a que estamos acostumados e uma Realidade
Superior, além da razão e eu autorreferente. A única forma de
tornar isso tudo claro é mais pesquisa em todas as frentes.
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