domingo, 7 de fevereiro de 2021

Reflexões sobre Carma e Justiça Social

 Por Paulo Stekel


O amigo Giba Gil postou em seu perfil no Facebook a seguinte reflexão muito pertinente: "A questão dos sem teto, da fome e sede, e do cessar das armas e das guerras, não são ideológicas, são humanitárias. Sem resolvê-las por completo nunca haverá o que chamam de nova era. (...) E, estas questões não são cármicas."

Concordando com o que ele escreveu, teci as seguintes reflexões que compartilho com vocês:

Na verdade, mesmo sendo cármicas, isso não significaria não se fazer nada. Há uma história budista que contempla isso: uma pessoa se afogava num lago e um brâmane a observava sem fazer nada. Passou um monge budista e ficou estarrecido com a cena. Perguntou ao brâmane: aquela pessoa está se afogando. Não vai fazer nada? O brâmane respondeu: Não! É o carma dela! O monge, indignado, se atirou na água, quase morreu afogado, e salvou a pessoa. Moral da história: quem disse que o carma da pessoa era morrer afogada? Podia só ser "quase" morrer afogada. Quem pode saber? Então, para um budista, nunca se julga se o sofrimento de um ser é cármico ou não. Se faz de tudo para ajudar. Aqueles amantes sádicos do "tudo é carma" que vivem a julgar os outros como inferiores por estarem em classe social inferior, terem doenças inatas ou serem pobres, nunca entenderão estas sutilezas.

Além do que, na minha reflexão, essa história de dizer que quem nasce em classe menos privilegiada é por mau carma ou por decisão de Deus (no caso de religiões abraâmicas não reencarnacionistas), nada mais é que canalhice das classes mais altas (das quais as religiões sempre se beneficiaram) para manter o povo miserável quietinho e resignado. Isso tem que mudar na nova espiritualidade que anda se desenhando no mundo.

No final, é sobre isso que falo em meus vídeos da playlist Ciência Espiritual, no meu canal no Youtube. Quem ainda não conferiu, confere lá: http://youtube.com/paulostekel

Nenhum comentário:

Postar um comentário